terça-feira, 10 de junho de 2008

Revolucionário ou desenquadrado?

Fazendo jus ao nome do blog, falo-vos aqui duma pessoa que provavelmente nenhum de vós conhece, mas que me fascina desde o primeiro dia.
William James Sidis (1 de Abril de 189817 de Julho de 1944)


Nascido em Nova York, no seio de uma família de imigrantes russo-judeu, era filho de Boris Sidis, perseguido políticamente, e de Sarah Mendelbaum. Seu pai era doutorado em psiquiatria, tendo leccionado psicologia em Harvard, Sarah por sua vez tinha reconhecimento de nível M.D., trabalhando em medicina geral.


Aos 18meses de idade, William ja lia o New York times, e aos oito já falava 9 línguas e tinha até inventado a sua própria língua.

Foi aprovado em Harvard apenas com 9 anos, embora não fosse autorizado a frequentar o Campus até aos 11 anos, devido á sua precoce idade. Adquirindo o bacharelato aos 16anos (preocupou-se sempre mais em investigar do que em passar de ano), desejava viver isolado do mundo, esquecendo qualquer tipo de estímulo feminino. Viu-se obrigado a mudar para Rice, pois via-se constantemente vítima de agressões por bandos rebeldes. Enquanto tentava adquirir o doutoramento, já leccionava as suas próprias disciplinas, ficando assim frustrado.

Em Março de 1919, foi preso enquanto participava numa passeata socialista, permanecendo na prisão por pouco tempo em vez dos 18meses a que tinha sido sentenciado, pois seu pai tinha influência sobre vários responsáveis da prisão e do tribunal, passando maior parte do tempo num sanatário em New Hampshire.

Terminada a sua experiência "atrás das grades", decidiu viver sozinho, constantemente manifestando-se, comentando a sua descrença em Deus, e as suas ideias relativas à primeira Guerra Mundial.

Morreu aos 46 anos com uma hemorragia cerebral.



Embora nunca ter feito um teste QI, pois seu pai não acreditava nestes testes, julga-se que tinha um QI entre 250 e 300 (não encontrei dados que me dissessem qual das 3 escalas de QI foi usada).

Escreveu toda a história da América em cadernos, desde os povos ancestrais até à sua época. Isolado numa sala durante meses, escreveu um catálogo onde apresentava todos os movimentos de estrelas e muitos outros tópicos astronómicos (estudo isso e digo-vos, o homem deduziu em meses tudo o que tinha sido deduzido desde há mais de 2000anos para cá, ainda por cima fechado num quarto).

Julga-se que não sofria de declinio mental associado á idade, e que quando morreu, sabia falar todas as línguas conhecidas até então, tendo a capacidade para aprender uma nova língua (completa) apenas num dia.

Devido às suas enormes capacidades, memória perfeita e raciocínio fora do comum, pensa-se que William James Sidis pode ter atingido o potencial do cérebro humano.




Comentário:

Embora tenha sido provavelmente o homem mais inteligente de sempre (registado), não contribuiu em praticamente nada para a ciência, não descobriu nada de fascinante, como Einstein ou Kepler.

Este homem, desejou sim mudar mentalidades, alertar os seus conterrâneos para a situação para a qual a sua nação caminhava. Contrariado por muitos por não acreditar numa única palavra da bíblia, criticado por outros por ser obececado pelo conhecimento, foi um grande exemplo de um génio, que tinha tudo para ser feliz, e simplesmente não se contentou com a mentalidade do mundo em que vivia.

Relembra-me em parte Fidel Castro, um dos homens mais inteligentes do mundo, se não mesmo o mais inteligente, embora nunca tenha entrado em revoluções armadas.


William James Sidis

Revolucionário ou apenas um desiquilibrado desenquadrado?

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